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  • Dr. Alexandre Naime Barbosa

Portaria autoriza tratamento revolucionário contra a Hepatite C para pacientes do SUS


Matéria publicada no Jornal Diário da Serra em 25/06/2015


Leia em: http://pt.slideshare.net/spitalex/entrevista-hepatite-c-diario-serra-botucatu-jun-2015


O Sistema Único de Saúde (SUS) terá três novos medicamentos para o tratamento da hepatite viral C crônica.


Portaria da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde, publicada no último dia 23 (terça- feira) no Diário Oficial da União garante o uso dos medicamentos sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir na rede pública de saúde.


Após anos de espera, o Sistema Único de Saúde (SUS) receberá as três medicações para o tratamento da hepatite viral C crônica. Os remédios já existem no mercado americano e europeu desde meados de 2013 e só agora chegaram ao Brasil.

De acordo com o médico Infectologista e responsável pelo Serviço de Infectologia da UNESP e professor de Infectologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Dr. Alexandre Naime Barbosa, essas medicações são uma verdadeira revolução no tratamento da hepatite C.

O especialista salienta que o tratamento antigo permitia a cura de no máximo 40%, chegando até 50% dos pacientes. Ou seja, praticamente metade dos infectados eram curados, e a e a outra metade, não. “Fora isso, o tratamento antigo, além de ter baixa eficácia, tinha muito efeito colateral. Era mais ou menos como uma quimioterapia, mais light. O paciente tinha muita febre, dor no corpo, dor de cabeça, a pessoa passava mal durante um ano de tratamento.

Lembrando que as drogas antigas eram injetáveis, o paciente precisava tomar uma injeção uma vez por semana. Esse tratamento novo é feito todo com comprimido svia oral. O tratamento atual sobe o percentual de cura desses antigos 50% para 90%, em alguns casos 95% dos pacientes conseguem se curar”, afirma.

Os benefícios das novas medicações vão muito além. Segundo o especialista, os efeitos colaterais praticamente não existem e o tratamento ao invés de durar um ano, passa ater duração de no máximo seis meses. Por isso, era tão aguardado por pacientes e médicos no Brasil.

No en­tanto, o custo do mesmo é alto, girando em torno de R$ 100 mil a R$ 130 mil por paciente. Portanto, o governo aderiu a estraté­gia de tratar primeiro os casos mais graves, ou seja, as pessoas que estão com a doença de moderada inten­sa a muito grave.

“A data para receber­mos essas drogas depende da disponibilidade finan­ceira que o Ministério da Saúde vai fornecer. Os me­dicamentos serão adqui­ridos de maneira centrali­zada pelo ministério para distribuição aos estados. O pessoal do ministério está falando muito na data de julho ou agosto, mas é importante deixar claro, essa não é uma previsão dos médicos, mas sim do governo”, conclui Dr. Bar­bosa. A previsão é que no primeiro ano de uso será adquirido o suficiente para o atendimento de 15 mil pacientes.

Hepatite C, uma doença silenciosa!

A hepatite C é uma doença traiçoeira, pois fica oculta no organismo durante muito tempo. O individuo pode contrair o vírus e demorar até 40 anos para apresentar os primeiros sintomas. E quando acontece o sinal clínico, já é muito tarde e o paciente pode estar em um nível avançado de cirrose. Por esse mo­tivo, o Infectologista Dr. Barbosa alerta que a pa­tologia é perigosa e que é essencial que as pessoas façam o exame preventi­vamente.

O vírus da hepatite C se instala no fígado e co­meça a destruir o órgão aos poucos. Por ser silen­ciosa, a doença vai des­truindo-o, substituindo as células por um tecido chamado pelos médicos de fibrose. Depois de um tempo, o fígado é toma­do por esse tecido e fica com o aspecto de uma grande cicatriz. Quando isso ocorre, o órgão não consegue mais funcionar e é detectada a cirrose. No entanto, outra conse­qüência mais grave do vírus no organismo é o câncer.

Grupos de risco devem fazer o exame preventivo

Todas as pessoas que tiveram algum tipo de contato com sangue contaminado (todos que receberam transfusão de sangue até 1994), pessoas que utilizaram seringas e agulhas não descar­táveis, inclusive para uso de drogas ilícitas, pessoas que receberam injeção (antigamente era comum não ter se­ringas de plástico) e pessoas nascidas entre 1945 e 1980 (70% dos casos) estão na faixa de risco e devem realizar o exame preventivo.

Cerca de 40% das pes­soas infectadas pelo vírus, os médicos não conseguem descobrir de onde contraíram a doença. Manicures e dentistas são possíveis fontes de contágio.

Para realizar o exa­me, basta procurar qualquer Unidade Bási­ca de Saúde do municí­pio ou o SAE de Infecto­logia “Domingos Alves Meira”. Para mais infor­mações: (14) 3811-6537.

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