- Dr. Alexandre Naime Barbosa
HC UNESP é referência em São Paulo em aplicação de Soro contra Picadas de Abelhas

Matéria no Jornal Diário da Serra de Botucatu sobre o Estudo APIS em 14/Set/2016
O hospital é o único do estado de São Paulo autorizado a administrar o soro, que está em fase de estudo clínico.
Há mais de 20 anos deu-se início ao projeto que buscava a fabricação do soro contra picadas de abelha. Atualmente, o projeto está em fase de estudo clínico, denominado estudo APIS. Em uma parceria com o CEVAP, o HCFMB está dando início a testes que comprovarão se o soro é realmente eficaz e não causa efeitos colaterais ao ser humano. Com isso, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu se torna uma referência no estado em aplicação de soro antiapílico.
O coordenador geral do projeto clínico, Alexandre Naime, conta como foi o início da pesquisa.
“Em 2013, depois de 20 anos de pesquisa, o CEVAP, junto com o Instituto Vital Brazil, conseguiu produzir um soro contra o veneno de abelha. Isso nunca tinha acontecido antes na medicina. Depois disso eles vieram nos procurar para fazer o projeto clínico de pesquisa. Foi então que nós da infectologia da Unesp, junto com a upeclin, desenhamos o projeto” explica.
Essa é a primeira fase do estudo, que, ao final, deverá concluir ou não se o soro poderá ser administrado em seres humanos. Para que a pesquisa seja válida é necessário que 20 pacientes tenham o soro injetado em suas veias e não apresentem efeitos adversos ou qualquer tipo de reação.
Quatro pacientes já se voluntariaram e participaram do estudo. Eles não apresentaram nenhum tipo de problema em decorrência da aplicação do antídoto.
De acordo com Naime, o hospital deverá atuar de maneira abrangente.
“Todos os pacientes que sofrerem picadas de abelhas no estado de São Paulo serão direcionados para Botucatu, pois o HCFMB é o único órgão autorizado pela Anvisa a administrar o soro”, argumenta.
O infectologista completa dizendo que o soro poderá trazer benefícios até comerciais para o país.
“Essas abelhas africanizadas existem em diversas partes do mundo. Portanto, se tudo der certo, o soro será um produto de exportação, que é praticamente inédito. Não existem grandes exemplos de medicamentos que o Brasil tenha produzido e exportado”, coloca.
Primeiro Caso
Camila Aguillar foi a primeira paciente do HCFMB a receber o soro antiapílico, após um acidente no qual foi picada por mais de 300 abelhas.
Ela conta que a vontade de ser curada rapidamente e o bem que poderá proporcionar para outras pessoas foram os principais motivos que a fizeram não ter medo de ser a primeira pessoa a receber o soro.
“Bateu um nervosismo na hora da aplicação, mas eu já estava com o corpo debilitado e com os órgãos ruins, então para mim era bom tomar o soro. Além disso, trata-se de um estudo para o amanhã. Não podemos pensar só na gente, temos que pensar no próximo também”, conclui.
Aqueles que forem acometidos por picadas de abelhas e desejarem contribuir com o estudo clínico podem entrar em contato com os responsáveis pelo telefone que está no cartaz de divulgação, abaixo.
