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  • Foto do escritorDr. Alexandre Barbosa

Esportes na Pandemia - Pratique com Segurança


Entrevista para o Eu Atleta da Globoesporte em 04/06/2020 à jornalista Gabriela Bittencourt, disponível abaixo ou no link no final da matéria.


Subir e descer as escadas do prédio na quarentena é exercício seguro? Médico infectologista e profissional de educação física explicam os riscos e benefícios, fazem alertas e dão dicas e orientações.


O isolamento e distanciamento social impostos pela pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-COV-2), requerem que se use a criatividade para manter-se fisicamente ativo.


Porém, de uma forma geral, utilizar as escadas do prédio para se exercitar durante a fase aguda da quarentena não é recomendável, como alertam o médico Alexandre Naime Barbosa, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), e o professor de educação física Marcelo Ferreira Miranda, conselheiro do Conselho Federal de Educação Física (Confef), que conversaram com o EU Atleta.


Riscos:


1. Aglomeração na escada. Como essa área é mais estreita, não sendo possível manter uma distância de dois metros entre as pessoas, pode favorecer a propagação do vírus no condomínio;


2. Ocorrência de lesão durante, principalmente, a descida das escadas;


3. Complicações pela intensidade do exercício, caso o indivíduo não esteja condicionado e/ou apresente risco de problemas cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral.


Segundo o infectologista Alexandre Naime Barbosa, do ponto de vista da pandemia de Covid-19, não é viável exercitar-se nesses espaços pelo risco de criar uma aglomeração ao ocupar o espaço com outras pessoas. Mesmo que esteja com máscara e evite tocar superfícies, o indivíduo que utiliza as escadas para fazer uma atividade física pode encontrar outros moradores e, nesse caso, não conseguirá manter a distância recomendada de dois metros.


Ademais, o médico observa que, em cidades como São Paulo (SP), Manaus (AM), Belém (PA) e Rio de Janeiro (RJ), onde há grande transmissão da Covid-19 e os números de casos e óbitos da doença são muito altos, é preciso evitar sair de dentro de casa para realizar qualquer atividade que não seja essencial.


Portanto, não é possível conceber a utilização de áreas dos edifícios, incluindo a escada, para a prática de atividades físicas, ainda que se adote as medidas possíveis de prevenção. Afinal, embora possam oferecer alguma proteção, essas medidas não eliminam totalmente os riscos de transmissão do SARS-Cov-2, vírus causador da doença.


– Nesses tempos de pandemia de Covid-19, tudo depende do bom senso das pessoas. A gente sabe exatamente como se prevenir e as atividades físicas podem ser adaptadas a depender da realidade regional de cada lugar. Se a gente tomar os devidos cuidados, é possível que a gente volte a fazer as atividades físicas fora de casa sem risco de transmitir ou de se expor ao Covid-19 – opina Barbosa.


Mas o médico faz outro alerta em relação ao uso das escadas para se exercitar. Se a pessoa apresenta contraindicação para um exercício aeróbico intenso, como presença ou predisposição para doenças cardiovasculares, pode haver risco de algum evento durante a atividade.


– Esse tipo de exercício tem que ser individualizado e personalizado com indicação de profissional da área de Educação Física – afirma o médico, que é professor doutor e infectologista da Universidade Estadual Paulista (Unesp).


Benefícios:


1. É uma atividade cardiorrespiratória;


2. Quando realizada adequadamente e fora da época aguda de contágio, fortalece:Glúteos;Quadríceps, Panturrilha, Região do core.


Conselheiro do Confef, o profissional de Educação Física Marcelo Ferreira Miranda completa que os riscos desse exercício em escadas vão além. Especialista em treinamento desportivo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais e mestre em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele explica que o impacto da descida sobre as articulações é muito grande.


Não é à toa que, em aparelhos que simulam escadas em academias, o movimento é apenas ascendente. Ao descer as escadas há chance, por exemplo, de uma tendinite infrapatelar, que é muito comum nessas situações.


– Na subida, a intensidade do exercício é muito alta. Na descida, não é tão alta, mas o impacto nas articulações é muito grande. Quem tem tendência de tendinite, artrose ou alguma lesão de lombar ou de quadril corre risco muito grande fazendo exercício na escada.


A recomendação é que a subida seja considerada o exercício. A descida deve ser feita com extrema cautela porque o risco de lesão é maior – completa Miranda, acrescentando que, por outro lado, o exercício de subir escadas, quando realizado adequadamente, fortalece glúteos, quadríceps, panturrilha e, se adotada a postura correta, a região do core.


Dessa maneira, o conselheiro do Confef recomenda consultar um profissional de Educação Física para avaliar o condicionamento físico para esse tipo atividade. Caso esteja apto e, dependendo da situação epidemiológica da Covid-19 na sua localidade e orientações do condomínio, é possível ponderar se dá para usar esses espaços em horários em que não haja circulação de moradores e adotando medidas que ajudem a reduzir os riscos de contato com o novo coronavírus.


Em cidades com alto grau de contágio, evite usar as escadas do prédio para se exercitar. Além do risco de criar aglomerações nesse ambiente tão estreito, há chances de lesões e eventos cardiovasculares, por exemplo, caso não tenha o condicionamento adequado para o exercício.


A depender da regulamentação do condomínio, da situação epidemiológica da Covid-19 na sua cidade e do seu quadro de saúde, é possível se exercitar nas escadas.


Nesses casos: Consulte um profissional de Educação Física, que, com base na sua individualidade biológica e condicionamento, avaliará se subir escadas é um exercício seguro e adequado para você. Dependendo dessa orientação, pondere bastante e somente utilize as escadas do seu prédio somente em horários em que haverá menos chance de encontrar com outros moradores;


Use máscara. Afinal, por mais que procure realizar esse exercício quando não haverá movimentação nas escadas, sempre há a possibilidade de encontrar com alguém. É importante lembrar que, ao fazer exercícios físicos, a força da expiração é maior, podendo triplicar a quantidade de gotículas, que podem chegar a uma distância de cinco a dez metros, segundo alguns estudos.


Dessa maneira, as chances de contágio aumentam muito nessas horas. O uso da máscara, portanto, é essencial para proteger o próximo, caso esteja infectado e ainda não saiba. Até que esteja adaptado ao uso da máscara durante a atividade física, controle a intensidade do exercício. Se ficar muito difícil respirar, uma vez que, ao utilizar a máscara é preciso fazer mais força para inspirar, reduza o esforço, mas não retire-a;


Não toque no corrimão; Saia de casa com um álcool gel com concentração de 70% para higienizar suas mãos. Dá para evitar tocar no corrimão, mas será preciso abrir portas, por exemplo. Por isso, é importante contar com álcool gel para higienização das mãos. Ainda assim, evite tocar no rosto, especialmente na boca, nariz e olhos.


Escolha um tênis que amorteça o impacto do exercício e seja adequado ao formato dos seus pés e use uma roupa que permita transpiração. Não se esqueça de retirá-los ao retornar para casa, lavando as mãos com água e sabão e tomando um banho em seguida.


Consulte um profissional de Educação Física ou pesquise plataformas e canais especializados que ofereçam orientações sobre alongamento que podem ser realizados antes e depois desse exercício. Na descida, desça caminhando com cuidado. Nada de correr, para evitar lesões. Aumente a intensidade dos passos apenas na subida.


Acesse a publicação completa no site do Globoesporte aqui

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