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  • Foto do escritorDr. Alexandre Barbosa

Ozônio Retal na COVID-19, isso funciona?

Atualizado: 26 de ago. de 2020


Entrevista do Prof. Dr. Alexandre Naime Barbosa ao Portal G1 veiculada dia 04/08/2020, leia abaixo ou no link: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2020/08/04/prefeito-de-itajai-anuncia-possibilidade-de-aplicacao-de-ozonio-para-tratar-covid-19.ghtml


O prefeito de Itajaí, no Vale, Volnei Morastoni (MDB), afirmou na noite desta segunda-feira (3), que existe a possibilidade de a cidade adotar a aplicação de ozônio por via retal como medida de tratamento contra a Covid-19 em pacientes confirmados e com sintomas. A técnica, entretanto, não tem eficácia comprovada contra o coronavírus e foi rechaçada por especialistas consultados pelo G1.


O Médico Infectologista e Professor da Faculdade de Medicina da Unesp, Alexandre Naime Barbosa comentou sobre a técnica defendida pelo prefeito:


"Todos esses tratamentos alternativos são uma cortina de fumaça para que se tire a atenção do que realmente importa que é o controle com as medidas que tem eficácia reconhecida na ciência, que é o isolamento social na medida do possível, uso de máscara, distanciamento social, lavagem das mãos e testagem em massa com o melhor teste que é o PCR. Então, os políticos e médicos que ficam publicizando tratamentos sem eficácia, eles querem manchete, eles querem holofote na mídia, e desviar a atenção do que realmente tem eficácia contra a Covid-19, que infelizmente acaba tendo efeito colateral de serem impopulares, as que realmente funcionam", afirmou Barbosa.


"A proposta do aplicação de ozônio via retal se soma a uma série de tratamentos sem comprovação científica contra a COVID-19-19, assim como a hidroxicloroquina, a ivermectina, a nitazoxanida e tantas outras propostas que beiram o obscurantismo. O verdadeiro charlatanismo, curandeirismo, por parte de muitos políticos e até, vezes por médicos, às vezes por ingenuidade, às vezes por má fé, acabam sugerindo, embarcando, publicizando, medidas de tratamento que não tem eficácia na ciência", completou o Prof. Dr. Alexandre Naime Barbosa, Chefe da Infectologia da UNESP.


Segundo o prefeito de Itajaí, trata-se de uma "nova etapa" de ação de combate ao vírus na cidade, que inclui a ingestão de cânfora, tanto de maneira preventiva quanto para os casos já positivados. Morastoni cita também a continuidade do tratamento com o medicamento antiparasitário Invermectina e do antibiótico Azitromicina.


A ivermectina, medicamento antiparasitário, também não tem comprovação científica de eficiência contra a Covid-19, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


Morastoni disse ainda que a prefeitura se inscreveu no Conselho Nacional de Pesquisa e Ética (Conep), ligado ao Ministério da Saúde, com o objetivo de conseguir autorização para ter um ambulatório de ozônio, com aparelhos e kits necessários para a aplicação, "adotando o protocolo nacional de pesquisa", segundo ele.


O Conselho Regional de Medicina (CRM-SC) também reforçou a falta de estudos que comprovem a eficiência do uso do ozônio contra doenças.

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